SEMANA MUNDIAL DE ALEITAMENTO MATERNO DE 1º A 7 DE AGOSTO – FASES DO ALEITAMENTO MATERNO

07/08/2020 | Acontece no CER, Aconteceu no CER

Neste artigo iremos entender um pouquinho mais sobre como funciona o aleitamento materno e sua importância para a vida do bebê.

Você sabia que o leite materno tem 3 fases distintas?

Colostro

Esse é o primeiro leite produzido pela mãe, entre o 1° e o 5° dia após o parto. É um líquido mais amarelado, que é rico em proteínas. Também possui alta concentração de imunoglobulinas, o que faz com que tenha um papel de destaque para a imunidade do recém-nascido.

Leite de Transição

A quantidade de leite aumenta entre o 6° e o 15° dia após o nascimento do bebê. E sua composição também é alterada: ele se torna mais rico em gorduras e nutrientes que contribuem para o desenvolvimento e o crescimento da criança.

Leite Maduro

O leite maduro contém menos proteínas (o suficiente que o bebê precisa), mais gorduras boas, mais células anti-infecciosas, além de todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento físico e cognitivo da criança.

POSIÇÃO CORRETA PARA AMAMENTAR

Separamos duas posições mais utilizadas. Experimente variar as posições e veja qual melhor você e seu bebê se adaptam!

Posição sentada: o bebê fica de frente para a mamãe, de forma que sua barriga encosta na da mãe;

Posição sentada inversa (cruzada): o corpo do bebê fica embaixo da axila da mãe apoiado no braço materno; a cabeça do bebê apoiada na mão da mãe e a barriga do bebê apoiada nas costelas da mãe;

PEGA CORRETA

É denominada “pega correta” a forma como o bebê abocanha corretamente a mama da mamãe durante a amamentação.

Na “pega correta” deve sobrar mais aréola acima que abaixo da boca do bebê, com o queixo tocando a mama, o lábio inferior evertido, boca bem aberta, a sucção lenta e profunda com pausas; o bebê solta a mama quando satisfeito; a mama parece mais leve após a mamada; são todos sinais de que a amamentação está bem.

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DIFICULDADES MAIS COMUNS DURANTE O ALEITAMENTE MATERNO (AM)

Muitas mamães apresentam dificuldades no processo de amamentação. Grande parte dessas dificuldades está relacionada ao esvaziamento mamário inadequado durante o ato de sucção do bebê, a “pega incorreta”.

Tais dificuldades poderão desencadear outros processos dolorosos durante o aleitamento materno, e o momento que deveria ser tranquilo e prazeroso para mamãe e bebê, poderá se tornar triste e angustiante.

  • Ingurgitamento mamário

As mamas podem ficar aumentadas, dolorosas, com áreas avermelhadas, quentes, brilhantes, edemaciadas e muito sensíveis, contribuindo para tornar os mamilos achatados, o que dificulta a pega do bebê e a fluidez do leite (leite mais viscoso ou empedrado).

Recomenda-se iniciar a amamentação o mais cedo possível (sala de parto), regime de livre demanda, técnica correta e evitar bicos e suplementos.

Ordenhar a aréola antes das mamadas (em caso de estar tensa), para que fique mais macia e possibilite a pega correta; massagens nas mamas para diminuir a viscosidade do leite e estimular o reflexo de ejeção.

  • Mamilos doloridos e/ou trauma mamilar

Uma discreta dor ou desconforto no início da mamada pode ser considerado normal, desde que a dor não seja intensa e não haja lesões mamilares. Neste caso, a causa mais comum é a técnica inadequada da amamentação.

Algumas dicas para se evitar o traumas mamilares: observar a pega correta do bebê; manter os mamilos secos e expô-los ao sol diariamente, não usando produtos que retirem sua proteção natural; amamentar em livre demanda; ordenha manual da aréola antes das mamadas; evitar o uso de protetores de mamilo. Iniciar a amamentação pela mama menos afetada; ordenhar um pouco de leite antes de iniciar a mamada; tratamento úmido, com o uso do próprio leite materno nos mamilos.

  • Infecções mamilares

Causadas principalmente por Staphilococcus aureus e Cândida albicans. Podem ser realizados tratamentos tópicos ou sistêmicos, de acordo com a avaliação médica. Devemos lembrar que os bicos de chupetas e chucas são veículos e causas de infecções iniciais e reinfecções, não sendo indicados.

  • Bloqueio de ductos lactíferos

O bloqueio manifesta-se tipicamente pela presença de nódulos mamários sensíveis e dolorosos, sem outras alterações da mama, podendo ainda ocorrer sinais inflamatórios sem febre alta. Deve-se tomar medidas que favoreçam o esvaziamento completo das mamas, a técnica adequada de amamentação e o uso de sutiãs adequados.

  • Mastite

Trata-se de um processo inflamatório de um ou mais segmentos da mama que pode ou não caminhar para uma infecção bacteriana. As fissuras mamilares costumam ser a porta de entrada.

Fazer o esvaziamento adequado das mamas, seja pela amamentação ou pela ordenha manual. O médico deve ser consultado, para indicação do tratamento adequado.

  • Abcesso mamário e galactocele

O abcesso é consequente à mastite não tratada, tratada tardiamente ou de forma ineficaz. Já a galactocele é uma formação cística nos ductos mamários contendo fluído leitoso, que, mais tarde, pode torna-se viscoso.

  • Baixo ganho ponderal

O baixo ganho ponderal do bebê pode ser real, geralmente devido à má técnica e suas consequências, ou de forma mais rara à baixa produção láctea, mas também devido a inúmeros outros fatores que devem ser tratados adequadamente, tais como: doenças maternas, medicamentos ingeridos pela mãe, malformações da mama, sucção ineficiente do bebê, prematuridade e/ou gemelaridade, doenças sindrômicas ou mau formações do bebê, etc.

Entretanto, na maior parte das vezes, o baixo ganho ponderal não é real, refletindo apenas a insegurança e o pouco conhecimento de muitas mamães a respeito da anatomia e fisiologia da lactação e do ganho ponderal nos primeiros dias de vida do recém-nascido.

Muitas associam o choro intenso e as mamadas frequentes ao “leite materno fraco”, “pouco leite”, ou ainda à possibilidade do bebê estar “passando fome”.

O médico pediatra, que acompanha o desenvolvimento do bebê, poderá avaliar se o ganho ponderal está adequado.

Você sabe o tamanho do estômago de um recém nascido?

Esta comparação é uma boa base para quando as mamães pensam, “Mas eu acabei de dar de mamar!” e se perguntam por que o bebê quer mamar de novo.

Barriguinha pequena é igual a mamadas frequentes!

Doenças maternas

Têm contraindicações formais de amamentação apenas as mães portadoras dos vírus HIV (vírus da imunodeficiência humana) e HTLV-1 (vírus T linfotrópicos humanos tipo 1). Nas demais doenças, é indicado realizar uma avaliação bastante criteriosa, mas, na maioria das vezes, com cuidados específicos para cada caso, o AM pode ser mantido.

Medicamentos usados pela nutriz

Diante de uma nutriz que precisa utilizar um determinado medicamento, o ideal é que o pediatra seja consultado. Sugere-se a possibilidade de se verificar com o médico que está prescrevendo a medicação, a possibilidade de trocá-la por outra mais segura para a amamentação, quando isto for possível.

O uso da chupeta e/ou mamadeira

É contra-ndicado o uso de chupetas e/ou bicos artificiais, pois os mesmos estão associados a um tempo menor de duração do aleitamento materno, alterações na formação da face e oclusão dentária do bebê.

A chupeta e a mamadeira mostram-se como um indicadores de dificuldades da amamentação. Esta orientação é compartilhada pela Sociedade Brasileira de Pediatria e Ministério da Saúde do Brasil, que desde 1990 optou pela implantação da Iniciativa Hospital Amigo da Criança, que tem como regra (9º passo para o sucesso da amamentação) a não utilização de bicos, mamadeiras e chupetas em alojamento conjunto.

O HNSS credenciou-se como Hospital Amigo da Criança no ano de 2019, seguindo todas as orientações preconizadas e estimulando a prática do AME.

Este material foi elaborado pela equipe de fonoaudiólogos do Hospital Nossa Senhora da Saúde e CER Diamantina:

  • Alessandra Araújo Freitas Taipinas – CRFa 6-1835
  • Alessandra dos Santos – CRFa 6-7646
  • Desiane Nunes Lopes Soares – CRFa 6-8556
  • Flávia Barbosa Fernandes – CRFa 6-6236
  • Grazielle de Sena Madureira – CRFa 6-6806
  • Jade Ferreira de Oliveira – CRFa 6- 8525
  • Luana Maria Coelho – CRFa 6-8870
  • Ria de Cassia Cordeiro de Souza – CRFa 6-9922
  • Viviane Araujo Neves Xavier – CRFa 6-1820

Referencial Teórico