REABILITAÇÃO VISUAL – CER DIAMANTINA: VOCÊ SABIA?

30/07/2020 | Acontece no CER, Aconteceu no CER

“Que as células responsáveis pela visão das cores são chamadas de CONES: uns são sensíveis ao azul, outros ao vermelho e outros ao verde? E o mais surpreendente… que a estimulação combinada desses três grupos de cones é capaz de produzir toda a extensa gama de cores que o ser humano enxerga? E, que a ausência de qualquer um desses tipos resulta numa patologia conhecida por Daltonismo?”

 

Fonte da imagem: https://conviteasaude.com.br/daltonismo

O Daltonismo por si só, não acarreta grandes consequências no cotidiano das pessoas.

Mas você já parou para pensar como é a vida das pessoas com acentuada deficiência visual?

Será que conseguem realizar atividades domésticas: preparar o alimento, cuidar da roupa, cuidar da casa e dos filhos? E a locomoção, o estudo e o trabalho, será que elas conseguem executar tais tarefas como as demais pessoas?

Para realizarem tais atividades de maneira independente, os deficientes visuais precisam passar por um processo de habilitação/reabilitação, com profissionais especializados. Oftalmologista, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, psicólogo, pedagoga, técnico em orientação e mobilidade e assistente social constituem a equipe multidisciplinar responsável por promover a autonomia e independência das pessoas com deficiência visual.

Mas, afinal, como que os deficientes visuais conseguem realizar, na prática, suas atividades com independência?

Fonte da imagem: https://simplissimo.com.br/saraiva-condenada-fornecer-ebook-deficiente-visual/

No caso das atividades domésticas, é importante que todos os objetos fiquem organizados em locais acessíveis para facilitar sua localização. Recipientes devem estar sempre com algum tipo de identificação, seja com etiqueta em braille, ou, simplesmente, pelo tamanho, formato e textura. Os sentidos remanescentes são bastante utilizados. Aliás, quando se está cozinhando, o uso dos sentidos é imprescindível: o tato, para sentir a disposição das panelas e textura dos alimentos; o olfato, para avaliar o cheiro; a audição, para ouvir a efervescência; o paladar, para conferir o sabor dos alimentos. A partir disso, perceba que, para as demais atividades, os outros sentidos também “auxiliam” os deficientes visuais, seja para lavar e passar roupas, quanto para realizar a higiene corporal. A locomoção pelas ruas e pelos espaços públicos se dá com auxílio de bengala, com base nas instruções aprendidas na fase de habilitação/reabilitação. Obviamente, as barreiras de acessibilidade presentes nos espaços arquitetônicos e urbanísticos, sempre atrapalham a vida dos cegos!

É por isso que a solidariedade e a sensibilidade de todas as pessoas fazem a diferença gigantesca!

A equipe de reabilitação visual do CER Diamantina é uma equipe especializada composta por oftalmologista, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, pedagoga, psicóloga, profissional de orientação e mobilidade e assistente social.

Mas você sabe qual a função de cada especialidade?

 Oftalmologista: Médico responsável pelo cuidado dos olhos, realizar exames para definir um diagnóstico, identificar as características visuais funcionais, tratar disfunções relacionadas à visão, encaminhar para a reabilitação adequada e fazer o acompanhamento do paciente.

Fisioterapia: A fisioterapia na reabilitação visual atua na estimulação sensorial e motora. O fisioterapeuta tem como objetivos melhorar a amplitude da marcha e propriocepção, adequação da força, equilíbrio e postura, noção espacial e sequencial, memória visual e consciência corporal. O uso da visão residual e outros sentidos remanescentes associados ao estímulo motor proporcionam ao indivíduo maior autonomia e consequentemente melhor qualidade de vida.

 

 

Terapia ocupacional: A Terapia Ocupacional possui papel fundamental na reabilitação do paciente com deficiência visual, pois atua no desenvolvimento de habilidades, no desempenho funcional e no ganho de autonomia por meio da estimulação do hábito de usar a visão residual. Os objetivos do tratamento da pessoa com deficiência visual com a terapia ocupacional são basicamente os que se seguem: estimular o uso da visão funcional; minimizar o impacto da baixa visão no desenvolvimento e desempenho ocupacional; promover a autonomia e independência na realização de tarefas ocupacionais; melhorar a qualidade de vida; orientar a família/cuidadores.

 

 

Psicologia: Os atendimentos psicológicos acontecem de acordo com as necessidades específicas dos usuários (deficientes visuais) e/ou familiares, visando construir junto a eles estratégias de enfrentamento e adaptação.  Possivelmente serão trabalhadas, por exemplo, questões relacionadas à autoestima, aceitação do seu quadro clínico e incentivo a autonomia sempre que possível. Pode ser necessária a realização de vivências com os familiares tendo como objetivo a sensibilização quanto às dificuldades que um deficiente visual pode encontrar em seu dia a dia. Em casos de muita ansiedade, podem ser trabalhadas técnicas de relaxamento com exercícios de respiração.  Não existe uma maneira única de atendimento psicológico, sendo assim cabe a cada profissional realizar seu trabalho de acordo com seus preceitos teóricos e com a demanda do paciente observando sempre o Código de Ética profissional da categoria.

 

 

Pedagogia: A pedagogia na reabilitação visual busca, de forma harmoniosa, o desenvolvimento de habilidades cognitivas, comunicacionais, sociais e emocionais, tendo como principal finalidade o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização, proporcionar e fornecer ferramentas pedagógicas que permitam maximizar as capacidades e potencialidades de cada individuo respeitando suas limitações e peculiaridades. Algumas atividades desenvolvidas:

– Estimulação de habilidades cognitivas;

– Leitura/escrita pelo Sistema Braille;

– Uso do Soroban ou ábaco;

– Treino de escrita cursiva;

– Uso do computador.

Profissional de orientação e mobilidade: O programa de orientação e mobilidade envolve o desenvolvimento dos requisitos básicos relacionados ao domínio cognitivo, psicossocial e psicomotor desde a criança na primeira infância até a pessoa idosa, proporciona à pessoa cega, a autonomia na locomoção, autoconfiança, aumento da auto-estima e independência, sendo um suporte facilitador na sua integração social. Desenvolver a orientação e a mobilidade da pessoa cega é dar-lhe condições de usufruir o direito de ir e vir com independência e propiciar condições para que a pessoa  com deficiência visual possa desenvolver sua capacidade de se orientar e se movimentar com independência, segurança, eficiência e adequação, contribuindo para melhor qualidade de vida, aumento da auto estima.

Fonte da imagem: http://www.audioteca.org.br/o-dia-13-de-dezembro-e-o-dia-nacional-do-deficiente-visual-voce-sabia/

Assistente social: O serviço social no âmbito da reabilitação visual atua como mediador entre pacientes e profissionais, buscando identificar necessidades e garantir direitos.

 

CRITÉRIOS PARA ADMISSÃO/ENCAMINHAMENTO PARA A REABILITAÇÃO VISUAL- BAIXA VISÃO E CEGUEIRA

 

São critérios para admissão no serviço de Reabilitação Visual, do CER Diamantina, de acordo com a Portaria 793 de abril de 2012 e 835 de abril de 2012, revisado em abril de 2013:

São elegíveis para o atendimento:

– Quanto às respostas visuais, os indivíduos com deficiência visual (baixa visão e cegueira), de acordo com a definição da CID-10, categorias que correspondem a deficiência visual binocular e que forem classificados em H 54.0 cegueira em ambos os olhos; H 54.1 cegueira em um olho e visão subnormal em outro, H 54.2 visão subnormal em ambos os olhos.

Não são elegíveis para o atendimento em reabilitação/habilitação visual os indivíduos com:

–  Diminuição da visão monocularmente (com o olho contralateral com valores normais) e classificados nas seguintes categorias da CID-10: H 54.4 cegueira em um olho, e visão normal no outro olho e H 54.5 visão subnormal em um olho, e visão normal no outro olho;

– Respostas visuais diminuídas, mas que não foram avaliados anteriormente pelos serviços especializados em oftalmologia para definição da pertinência de tratamentos (clínicos ou cirúrgicos) que possam levar à recuperação da visão;

– Respostas visuais diminuídas por não fazerem uso da correção óptica da ametropia receitada nos serviços especializados em oftalmologia.

Pré-requisitos para atendimento:

Consulta oftalmológica para diagnóstico, definição da pertinência de tratamentos (clínicos ou cirúrgicos) e prescrição de correção óptica de ametropias que possam levar à recuperação da visão.

Como fazer para agendar uma avaliação na reabilitação visual no CER Diamantina?

Para agendar uma avaliação na reabilitação visual, basta montar um processo contendo um encaminhamento de algum profissional da saúde da rede SUS e cópia dos documentos do paciente (RG, CPF, comprovante de residência e cartão SUS), se o paciente for menor de idade, acrescentar cópia do RG do responsável legal; levar na secretaria de saúde de seu município e aguardar a data do agendamento da consulta que será comunicada pelo CER.

 

“Somos uma equipe que veste de alma e coração a nossa causa maior, a reabilitação”