Psicologia e reabilitação cognitiva

30/06/2017 | CER Informa

fotocerebro

Para podermos entender o significado de “reabilitação cognitiva”, precisamos entender o significado dessas duas palavras. Reabilitar tem o significado de habilitar novamente, o termo Cognitivo ou cognitiva possui referência às funções psicológicas que envolvem a nossa cognição.

A reabilitação nasceu após a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais de modo a auxiliar um grande número de soldados vítimas da guerra, com isso os cientistas empregaram tempo e esforços, afim de estudar e avaliar os diferentes tipos de lesões cerebrais ocasionadas, e como elas poderiam afetar negativamente o comportamento humano.

Devido aos estudiosos obtivemos descobertas fantásticas, sabemos que o cérebro possui uma plasticidade, ou seja, ele possui a capacidade de aprender comportamentos perdidos em decorrência de um acidente, vítimas de violência entre outros. E também que os neurônios e sinapses conseguem suprir a necessidade de outras partes e funções perdidas em determinada área cerebral. Nessa dinâmica de conhecimento surge a Neuropsicologia, uma ciência relativamente nova, pois trata-se de uma ramificação da psicologia.

Compreendemos que há diferenças entre reabilitação cognitiva e reabilitação neuropsicológica, porém ambas contribuem na melhora do paciente. A cognitiva visa proporcionar ao paciente e seus familiares o manejo e contorno, de modo a tentar superar a deficiência instalada, resultado da lesão neurológica. Procura focar nas funções cognitivas através de treinos.
A neuropsicológica possui maior abrangência, procura tratar os déficits cognitivos, com o objetivo de causa comportamental, emocional e auxiliar na melhora do paciente e sua qualidade de vida (PONTES; HÜBNER, 2008).

Segundo os autores supracitados a reabilitação cognitiva pode ser entendida como um componente da reabilitação neuropsicológica, possui características na psicoterapia, propõe um ambiente terapêutico, busca auxiliar na autonomia do indivíduo, manejo com os familiares, porém não se resume à mera aplicação de técnicas comportamentais. Ela possibilita uma compreensão global do paciente e de suas queixas.

As funções cognitivas as quais podemos identificar fortemente mais afetadas por lesões são, geralmente: a memória de trabalho, a aprendizagem e memória visual, a cognição social, a atenção sustentada, a aprendizagem e memória verbal e as funções executivas.

Nas intervenções, o profissional deverá trabalhar com a compensação, a fim de criar estratégias para assim poder desenvolver atividades/procedimentos com o objetivo de produzirem comportamentos similares de forma consciente e automática. Nesse âmbito o profissional da psicologia poderá selecionar os procedimentos mais adequados para o cliente, de acordo com a lesão e todo seu histórico e particularidades.

 

Referência:

PONTES, L. M. M; HÜBNER, M. M. C. A reabilitação neuropsicológica sob a ótica da psicologia comportamental. Rev. Psiq. Clín 35(1); 6 – 12, 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-60832008000100002&script=sci_arttext Acesso em: 24 de Março de 2017.