Observamos nos últimos tempos, um crescente número de crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), tema que, por sua vez, vem ganhado relevância diante das pesquisas e discussões na literatura.
Diante das possibilidades de “prevenção” e intervenção o quão mais imediato, iniciou-se alguns estudos na França com o Programme de Recherche et Évaluation sur l’autisme (PREAUT) e no Brasil, com os Indicadores de Risco para o Desenvolvimento Infantil (IRDI), com o objetivo primordial de detecção precoce dos sinais de risco psíquico em bebês, visando a proporcionar o cuidado prévio. Uma vez detectados os riscos, se faz necessário encaminhamento para estimulação precoce.
Alguns autores defendem a idéia de que vivenciamos um período de epidemia relacionada ao autismo, em razão do número de casos diagnosticados e os estudos apontam a estatística de uma a cada 150 crianças.
Devemos, portanto, estar atento às possibilidades e habilidades dos bebês. A falta da capacidade do bebê de provocar ativamente interações com seus cuidadores primordiais de vocalizações ou gestos, pode ser indicadora de uma perturbação precoce em sua comunicação com o outro. Dessa forma, deve-se sempre observar a capacidade do bebê de chamar a atenção dos seus cuidadores de forma ativa e com iniciativa bem como a capacidade de sustentar essa interação.
Crianças com hipótese diagnóstica de TEA, na maioria das vezes são encaminhadas para tratamento multidisciplinar apenas por volta dos 03 anos de idade o que pode prejudicar seu prognóstico, pois as instaurações do aparelho psíquico verificam-se desde muito cedo.
Assim, a idade apropriada para início do tratamento nos casos de autismo é anterior aos três anos, para um prognóstico mais preciso. As intervenções, quando realizadas precocemente, conseguem alcançar melhores resultados, em razão da melhor plasticidade neuronal no primeiro ano de vida da criança.
A estimulação precoce compreendida como um programa de acompanhamento e intervenção clínico-terapêutica multiprofissional com bebês de risco e com crianças pequenas acometidas por patologias orgânicas, buscando o melhor desenvolvimento possível, por meio de intervenções na tentativa de reduzir ou remediar sequelas do desenvolvimento neuropsicomotor, bem como de efeitos na aquisição da linguagem, na socialização e na estruturação subjetiva, podendo contribuir, inclusive, na estruturação do vínculo mãe/bebê e na compreensão e no acolhimento familiar dessas crianças.
O programa de estimulação do desenvolvimento da criança deve ter seu início no período que engloba desde a concepção até os três anos de idade. Esta é a fase em que o cérebro se desenvolve mais rapidamente, constituindo uma janela de oportunidades para o estabelecimento das funções que repercutirão em uma boa saúde e ótima produtividade no futuro.
Enfim, alerta-se aqui pais, cuidadores e profissionais quanto a importância de observar o quanta capacidade tem o seu bebê e no caso de dúvidas procure um profissional de saúde especializado mais perto de você.
Referências Bibliográficas