Como superar fobias e medos irracionais

09/07/2019 | CER Informa

Quase todo mundo tem um medo irracional – a visita ao dentista, lagartixa, injeção, de altura e a lista pode ser interminável. Para a maioria das pessoas, esses medos são percebidos com pouca intensidade. Mas quando se tornam graves eles provocam uma grande ansiedade e passam a interferir em sua vida normal. A partir daí são chamados de fobias.

O que é uma fobia? 

A fobia /ou como é classificada no CID 10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde) de Transtornos Fóbicos-Ansiosos é um medo intenso de algo que, na realidade, representa pouco ou nenhum perigo real. Elas incluem lugares fechados, alturas, dirigir, insetos, cobras e agulhas. É um medo completamente irracional e incontrolável. Só em pensar sobre o objeto ou situação temidos, pode provocar um quadro de ansiedade extrema. E quando a pessoa está realmente exposta à situação o terror é automático e avassalador.

Os sintomas físicos incluem: dificuldade em respirar, tontura, coração acelerado, formigamento, estômago revirando, dor ou aperto no peito, sensações como flashes quentes ou frios; sudorese e tremor (a sensação que a pessoa tem é que vai ter um ataque e morrer).

É um estado de impotência – perde-se o controle dos pensamentos e sensações corporais.

O interessante é que a fobia – nada mais é, fisiologicamente falando, do que uma situação de estresse vivida pelo corpo, presente em todos os animais. Faz parte no nosso sistema nervoso mais primitivo (SNA). O medo é um sentimento comum e serve para proteger o indivíduo do perigo. Este estresse diante de um perigo real tem como objetivo preparar o corpo para os mecanismos de defesa com reações de luta e/ou fuga. Entretanto no caso da fobia a reação orgânica é extrema e diante de uma situação irreal

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Como elas aparecem? 

A causa de muitas fobias ainda é desconhecida. Apesar disso, há fortes indícios de que a fobia de muitas pessoas possa estar relacionada ao histórico familiar, levando a crer que fatores genéticos possam representar um papel importante na origem do medo persistente e irracional.

No entanto, sabe-se também que as fobias podem ter uma ligação bastante direta com traumas e situações passadas. Isso acontece porque a maioria dos problemas emocionais e comportamentais é desencadeada por dificuldades que um indivíduo enfrentou ao longo da vida. Todas as pessoas passam por momentos difíceis, mas algumas delas podem desenvolver, com o tempo, sentimentos de angústia que podem evoluir para um quadro de fobia.

Incidência 

É importante compreender que a fobia é algo comum, real e que além dos pensamentos assustadores o corpo reage com sintomas perturbadores. A pessoa perde o controle e pode ser apontada como louca. As fobias atingem cerca de 10% da população. Em geral surgem na infância ou adolescência, persistindo na idade adulta se não são tratadas adequadamente. Acometem mais frequentemente pessoas do sexo feminino (com exceção da fobia social, que atinge igualmente

homens e mulheres).

Passar por uma situação traumática ou por uma série de eventos traumáticos ao longo da vida podem também  levar ao desenvolvimento de uma fobia.

Tratamento 

O tratamento para a fobia tem como objetivo reduzir a ansiedade e o medo provocados por motivo ilógico, irracional e exagerado, ajudando no gerenciamento das reações físicas e psicológicas decorrentes deste medo.

Há três diferentes tipos de abordagem que podem ser seguidos pelos especialistas e pacientes: a psicoterapia, o uso de medicamentos específicos ou, ainda, a união de ambos.

Uma maneira eficaz de superar o problema é de gradualmente e repetidamente expondo-se ao que você tem medo de uma forma segura e controlada. Durante este processo de exposição, você vai aprender a superar a ansiedade e medo até que ele passa inevitavelmente.

Através de experiências repetidas que enfrentam seu medo, você vai começar a perceber que o pior não vai acontecer; você não vai morrer ou “perdê-lo.” Com cada exposição, você vai se sentir mais confiante e no controle. A fobia começa a perder seu poder.

Para enfrentar com sucesso os seus medos é preciso planejamento, prática e paciência.

Betabloqueadores, antidepressivos e sedativos costumam ser as medicações mais recomendadas pelos médicos e, quando unidas a terapias comportamentais, o resultado costuma ser bastante eficiente.

Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.

Referências bibliográficas

Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde (BVS MS) – site que reúne publicações, folhetos, cartazes, vídeos e legislação para acesso online produzidos pelo Ministério de Saúde e pelas entidades vinculadas.

CID 10

Organização Mundial da Saúde. CID10 Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. 10a rev. São Paulo: Universidade de São Paulo; 1997. vol.2.