Hoje, o suicídio no Brasil já faz mais vítimas que a AIDS e mata mais do que vários tipos de câncer e, mesmo assim, muitas pessoas ainda não discutem o assunto e têm medo de encarar as doenças psicológicas que, muitas vezes, levam à morte.
Nos últimos 4 anos, a taxa de suicídio no Brasil aumentou 12%, segundo o boletim Epidemológico divulgado pelo Ministério da Saúde e referente ao período de 2011-2015. Em 2011, a notificação do suicídio passou a ser obrigatória, havendo uma elevação de 5,3 para 5,7 cada 100 mil brasileiros.
O Ministério da saúde reconhece que ainda existe subnotificação. Sabe-se da morte mas nem sempre a causa, principalmente em classes mais altas, onde o tabu continua maior, e há questões como o seguro de vida.
A vergonha, o desconhecimento e o desinteresse das vítimas e de seus familiares e amigos em tratar o problema são catalisadores que precisam ser combatidos. Essa é uma das metas do Setembro Amarelo, campanha de prevenção de suicídio que chegou ao Brasil em 2014. O movimento acontece durante todo o mês de setembro no mundo todo e esse período foi escolhido porque o dia 10 de setembro é o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. Iniciado no Brasil pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).
O principal objetivo do Setembro Amarelo é quebrar o tabu que existe envolvendo o suicídio. Doenças graves, como o câncer e a AIDS, já passaram por períodos nebulosos e foram combatidas através do conhecimento. Quebrar tabus não é fácil, mas é preciso esclarecer, conscientizar e estimular a prevenção para reverter situações críticas como as que nós estamos vivendo. O problema de saúde pública que estamos encarando agora é causado, principalmente, pelo desconhecimento das pessoas sobre as causas do suicídio e os tratamentos para evitar que ele aconteça. Muitas vezes, familiares e amigos não reconhecem os sinais de que alguém querido vai tirar a própria vida. Aliás, muitas vezes, a própria vítima não entende que precisa de ajuda e acaba se afundando cada vez mais em uma solidão desesperadora. Por isso, é preciso falar sobre suicídio e discutir o assunto abertamente.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, 9 em cada 10 casos de suicídio poderiam ser prevenidos se a pessoa buscasse ajuda e se tivesse a atenção de quem está à sua volta. Mas como fazer isso se a vítima não entende o que está sentindo e se os seus familiares e amigos não reconhecem os sinais?
Existem alguns sinais de alerta que podem salvar a vida de quem você ama.
Veja quais são os principais:
-Tristeza intensa e durante vários dias;
-Falta de interesse e planos para o futuro;
-Falar frases como “você estaria melhor sem mim” ou “talvez eu devesse sumir”;
-Tentativas prévias de suicídio;
-Doação inexplicada de objetos valiosos.
A depressão e a Bipolaridade são os dois transtornos mentais mais associados ao risco de suicídio. Estima-se que entre 30 a 70% das vítimas de suicídio tenha uma dessas condições.
O suicídio não tem só uma causa específica, é resultado de uma rede de fatores biológicos, genéticos, psicológicos e socioculturais.