Fisioterapia Informa: Você sabe o que é Paralisia Braquial Obstétrica (PBO)?

26/06/2017 | CER Informa

A paralisia braquial obstétrica (PBO) é definida como uma paralisia que acomete o membro superior do recém-nascido, decorrente de traumas do plexo braquial ao nascimento.

O plexo braquial é uma estrutura nervosa composta pelas raízes dos nervos espinhais cervicais (C5, C6, C7, C8) e torácico (T1), e é responsável por levar movimentação e sensibilidade aos membros superiores. Este é considerado um segmento nervoso sujeito a lesões, por sua disposição entre a região cervical e parte superior do braço, pontos estes considerados como de grande mobilidade. A lesão acarreta perda na funcionalidade e geram graves consequências no desempenho motor e sensitivo do segmento acometido, repercutindo na qualidade de vida.

1

A PBO é classificada em:

Paralisia de Erb-Duchenne

A paralisia de Erb-Duchenne (Fig.1) refere-se à lesão do tronco superior do plexo braquial (raízes de C5 e C6), e é o tipo mais comum de lesão, correspondendo a 75% dos casos. Estes pacientes mantêm postura em “gorjeta de garçom”, ou seja, adução e rotação interna do braço, extensão e pronação do antebraço e flexão do punho, sem alterações da sensibilidade tátil e dolorosa no antebraço e mão. Na paralisia de Erb-Duchenne os movimentos do punho e mão não estão afetados ou seja, o reflexo da preensão está preservado.

4

Paralisia de Klumpke

A Paralisia de Klumpke(Fig.2), forma clínica muito rara, resulta da lesão do tronco inferior (C8 e T1). Estes pacientes mantêm postura em semiflexão das interfalangeanas e extensão das metacarpofalangeanas, flexão do cotovelo, supinação do antebraço e extensão do punho. Há um comprometimento da musculatura intrínseca da mão, flexora do punho e músculo flexor longo dos dedos ou seja, o reflexo de preensão está alterado.

3

Paralisia Braquial Total

A lesão de Erb-Klumpke (Fig.3) é resultado de uma lesão total (C5, C6, C7, C8 e T1), uma forma mais grave de lesão, pois além de alterações motoras, são observadas alterações sensitivas. Inicialmente, observa-se total plegia do membro, sem postura fixa (braço de “boneca de pano”).

Os fatores de risco para PBO são: recém nascidos grandes para a idade gestacional (acima de 4 quilos) ou pequeno para a idade gestacional, mas com apresentação pélvica ao nascimento, bebê hipotônico, asfixia neonatal, apresentações fetais anormais, parto prolongado, líquido amniótico diminuído e crânio volumoso.

2

Para determinar o prognóstico, considera-se a gravidade, o tipo de paralisia ou nível da lesão, a intervenção fisioterapêutica precoce e os estímulos recebidos pela criança.

O tratamento da paralisia braquial deve ser iniciado o mais precocemente possível. Mesmo com dias de vida já é possível iniciar movimentos suaves e orientações quanto ao posicionamento da criança. A intervenção precoce do fisioterapeuta no processo de reabilitação é fator fundamental para prevenir deformidades, promover ganho de força muscular, coordenação motora, preensão, funcionalidade e independência, objetivando uma melhor qualidade de vida para esses pacientes.

 

Fontes:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X2015000900803

http://pediatricneuro.com/alfonso/pg220.htm