Psicologia informa: Você sabe a diferença entre tristeza e depressão?

27/07/2017 | CER Informa

A palavra depressão tem sido muito utilizada atualmente, mas será que tem sido utilizada de forma correta? Você sabe o que é depressão?

É comum encontrarmos pessoas que dizem estar deprimidas diante de circunstâncias que estejam enfrentando, mas é muito importante estarmos atentos à diferença entre tristeza e depressão.

Durante a vida passamos por algumas situações que podem nos deixar de “baixo astral”, “mal humorados”, tristes (ex: receber um diagnóstico indesejado, a perda do emprego, a discussão com alguém querido, um projeto que não deu certo) mas é importante entendermos que a tristeza é uma reação emocional natural diante de um momento difícil ou diante da frustração com o que não saiu como o planejado.

A tristeza causada por alguma situação, apesar de causar sensação desagradável, é importante e pode ser útil pois nos faz refletir, nos tira da zona de conforto e nos proporciona momentos de aprendizagem para revermos pensamentos, comportamentos e assim conseguirmos nos adaptar à novas situações e restabelecer nosso equilíbrio.  O natural é que essa tristeza vá se dissipando com o tempo para que consigamos dar sequência em nossa rotina.

Quando a tristeza começa a “sair do controle”, passa a ser persistente e se estender por um longo período, ela pode dar lugar à depressão, que ao contrário do que muitos pensam, não é “frescura” e sim um problema de saúde que requer tratamento.

Segundo o dicionário Aurélio, depressão  é “enfraquecimento, abatimento, físico ou moral, perturbação mental caracterizada pela ansiedade e pela melancolia,  estado patológico de sofrimento psíquico assinalado por um abaixamento do sentimento de valor pessoal, por pessimismo e por uma inapetência face à vida”.

A depressão pode ser classificada em leve, moderada e grave, e em todas elas o indivíduo usualmente sofre de humor deprimido (sensação de tristeza, autodesvalorização e sentimentos de culpa), perda de interesse e prazer (também nas atividades antes consideradas agradáveis) e energia reduzida levando a uma fatigabilidade aumentada e atividade diminuída. É comum haver cansaço marcante mesmo após esforços leves. O tempo para a execução das tarefas pode se tornar mais lento.

Outros sintomas comuns  são:

  • apatia (indiferença afetiva, “tanto faz como tanto fez”);
  • concentração e atenção reduzidas;
  • sentimentos de baixa autoestima;
  • autoconfiança reduzida;
  • irritabilidade aumentada (a ruídos, pessoas, vozes, etc);
  • dificuldade em tomar decisões;
  • ideias de culpa e inutilidade (mesmo em um tipo leve de episódio);
  • visões desoladas e pessimistas do futuro;
  • alterações do sono (mais frequentemente insônia, podendo ocorrer também hipersonolência);
  • alterações do apetite(mais comumente perda do apetite, podendo ocorrer também aumento do apetite).
  • diminuição da libido (do desejo sexual);
  • retraimento social;
  • choro fácil e/ou frequente;

São frequentes e temíveis as ideias de suicídio. Os pensamentos relativos à morte devem ser investigados, uma vez que essa conduta poderá prevenir atos suicidas, dando oportunidade ao doente de se expressar a respeito.

Caso esses sintomas comecem a ser recorrentes e tragam prejuízos ao dia a dia, é importante e necessário buscar ajuda de profissionais que cuidam da saúde mental. O médico psiquiatra e o psicólogo são os responsáveis por este cuidado.

 

Referências bibliográficas:
DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto Alegre: ARTMED, 2000.
HOLANDA, Aurélio. Dicionário do Aurélio. Disponível em: ‹https://dicionariodoaurelio.com/depressao›. Acesso em: 15 Jul. 2017.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10: Descrições Clínicas e Diretrizes Diagnósticas. Porto Alegre: ARTMED, 1993.